Adotar uma estratégia de negócios baseada em dados é primordial para empresas de todos os tamanhos e setores
Os dados estão em alta e cada vez mais ganham importância, principalmente nos negócios. As empresas buscam os dados para melhorar a tomada de decisão estratégica e, com isso, serem mais efetivas em suas ações. Hoje, um grande número de empresas e negócios são data driven, ou seja, orientadas por dados.
Dados são um conjunto de informações que as empresas e organizações têm sobre produtos e pessoas. Eles podem ser coletados de diversas formas, através de interações nas redes sociais, acesso a sites, aplicativos etc. Inclusive, é possível colhê-los manualmente, quando você preenche uma ficha cadastral na academia, por exemplo, ali contém informações relevantes para que os administradores possam entender seu público e segmentar melhor suas estratégias.
Como o volume de dados coletados é imenso, as empresas precisam adotar soluções de Big Data para estruturar melhor esses dados e poder colher os melhores insights. Não adianta ter um volume imenso de dados se a empresa não tem como estruturá-los da melhor forma, transformando os dados brutos em informações valiosas para guiar as decisões.
Um estudo encomendado pela empresa de análise de dados Qlik e realizado pelo IDC, apontou que as empresas brasileiras que aprimoraram a tomada de decisões investindo em análise de dados tiveram, em média, um aumento de 21% nas receitas.
Essas informações são muito importantes para o sucesso das empresas na era digital. Hoje, os dados são considerados o novo petróleo, como disse o matemático britânico especializado em ciência de dados Clive Humby. A diferença entre o petróleo e os dados é que o primeiro é um recurso finito, enquanto os dados são ilimitados. Por isso, saber como utilizá-los é primordial para os negócios.
Com o avanço da internet, das redes sociais e o crescimento de indivíduos e dispositivos conectados, o volume de dados e informações circulando na rede aumentaram exponencialmente. À medida que a sociedade se tornou mais digital, as empresas começaram a se digitalizar também, utilizando soluções para captar os dados, tratá-los e utilizá-los.
As empresas têm utilizado os dados para conhecer seus consumidores e oferecer experiências mais em linha com o que eles esperam. As pessoas têm acesso fácil e rápido a informações sobre as companhias e seus produtos. Em uma simples busca no smartphone, por exemplo, é possível comparar dois produtos semelhantes de empresas diferentes, avaliar qual oferece os melhores benefícios, comparar o preço em diferentes lojas e tomar a decisão sobre qual e onde comprar.
Com o uso de soluções de big data é uma estratégia de negócios orientada por dados, as empresas podem equilibrar a balança e conhecer melhor os consumidores, aumentando suas chances de sucesso.
Para uma empresa de varejo, por exemplo, usar os dados para saber o que oferecer e quando para cada um de seus clientes é um grande desafio e uma necessidade. As empresas têm uma margem de erro pequena, com uma concorrência enorme, qualquer ação mal calculada pode acabar afastando um potencial cliente.
Quando o usuário recebe uma mensagem ou e-mail com uma sugestão de produto que não tem nada a ver com o que costuma comprar, ele pode ignorar. Mas quando isso acontece mais de uma vez, as chances de ele solicitar parar de receber as informações são maiores. O inverso acontece se os produtos são relevantes para o usuário e estão em linha com o que ele busca. Isso gera uma sensação de que a empresa o conhece e sabe o que ele gosta.
O estudo State of the Connected Customer, realizado pela Salesforce, entrevistou mais de 12 mil consumidores e 3.600 clientes empresariais em 27 países. O estudo apontou que os consumidores têm a expectativa de interações personalizadas das empresas, entre os entrevistados, 52% disseram esperar que as ofertas sejam sempre personalizadas.
Além da personalização de experiências de compra, os dados podem auxiliar as empresas em diversas outras ações. No agronegócio, por exemplo, a análise de dados ajuda a aprimorar o plantio, provendo informações que auxiliam os agricultores a saber quando, onde e o que plantar. No setor público, governos utilizam os dados para entender as demandas da população e propor ações mais efetivas. Até mesmo o setor hospitalar pode se beneficiar do big data, aprimorando o atendimento aos pacientes, melhorando a comunicação entre a equipe, entre outros.
Regulamentar para não bagunçar
Com o aumento do uso de dados por empresas, se viu uma necessidade de regular esse uso, visando proteger a privacidade e o direito dos usuários. Além disso, o vazamento e o roubo de dados são ações recorrentes no mundo digital, gerando a necessidade de saber como as empresas armazenam e protegem os dados de terceiros, como os consumidores. Surgiu, então, a discussão sobre a criação de leis para fiscalizar a coleta, armazenamento, segurança e uso dos dados.
A União Europeia criou a lei de Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, ou RGPD. Com validade em todos os países da União Europeia, a lei entrou em vigor em 2018 e é considerada a mais completa regulamentação sobre segurança de dados no mundo.
Inspirada na regulamentação europeia, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) do Brasil entrou em vigor em setembro de 2020, ela regulamenta o uso de dados pessoais por parte de empresas públicas e privadas. Segundo a LGPD, qualquer empresa que incluir em sua base de dados informações de seus clientes deve seguir suas regulamentações, mesmo as que armazenem dados simples como nome e email.