O futuro dos eventos e ativações com a IA? Rennan Duarte, Head de Planejamento Estratégico e Criativo da Gael, analisa como a tecnologia otimiza, mas não substitui, a criatividade humana.

A Inteligência Artificial chegou, vai ficar, e isso não está aberto a discussão. Mostrada na ficção quase sempre como motor de futuros apocalípticos, na realidade, ela vem transformando nosso modo de vida em praticamente todos os aspectos, trazendo um leque interminável de possibilidades, seguido de uma série de outras questões.

Rennan Duarte

Vejo a ascensão da Inteligência Artificial com os olhos de um “realista esperançoso”, no melhor estilo Ariano Suassuna. A IA não é um monstro vindo para nos substituir, mas um novo utensílio na cozinha da criatividade. Ela pode tanto nos ajudar a servir um banquete memorável de experiências quanto preparar uma receita para o desastre. O que faremos com ela? Bem, aí é com a gente.

Como toda revolução tecnológica já testemunhada pelo ser humano, da roda à internet, a IA está virando de cabeça para baixo o modo como vivemos e trabalhamos. É natural uma certa apreensão, são esperadas (e bem-vindas) as discussões morais, éticas e filosóficas sobre seus impactos, além, claro, da necessidade de legislações que botem ordem na casa. Mas, no fim das contas, a bola estará sempre com a humanidade para descobrir como usar essa ferramenta da melhor forma, para o bem comum.

Perguntei ao ChatGPT qual seria, na “opinião” dele, a imagem ideal para ilustrar este artigo. O resultado foi bastante genérico.

No setor de eventos, ativações e experiências de marca, uma das especialidades da Gael, a IA já deixou de ser uma promessa distante para se consolidar como uma parceira diária. Ela atua como uma “dupla de criação” incansável, capaz de processar e analisar volumes massivos de dados em tempo recorde. Imagine a IA vasculhando terabytes de informações para identificar tendências de comportamento do público, antecipar demandas e prever o sucesso de diferentes formatos de interação. Ela pode auxiliar no teste de ideias, simulando cenários para otimizar o design de ambientes e a jornada do cliente/participante.

Essa capacidade de coletar e correlacionar dados de pesquisa quase que instantaneamente nos permite ir muito além da experiência individual de cada criador. A IA pode gerar insights sobre personalização de conteúdo, otimização logística de grandes eventos, prevendo fluxo de pessoas e alocação de recursos, e até mesmo sugerir abordagens para ativações multissensoriais. No entanto, é crucial ressaltar: esses dados e insights, por mais precisos que sejam, ainda carecem de uma conferência e curadoria humana. A IA nos entrega a matéria-prima, a alquimia para transformá-la em ouro, com propósito e alma, é trabalho nosso.

Para quem se preocupa com a “robotização” das marcas, uma certeza: a alma de uma marca, sua autenticidade e criatividade inerente, jamais será algoritmo puro. A sensibilidade humana, a capacidade de gerar emoção e de contar histórias que ressoam profundamente, isso é território exclusivo da mente criativa. A IA pode ser um co-piloto brilhante, um motor de otimização sem igual, mas o DNA estratégico e a faísca original que transformam um conceito em uma experiência de marca inesquecível, isso é forjado dentro de cabeças de carne e osso.

Mas há um ponto de atenção em relação à nossa parceira cibernética: é preciso um olhar cauteloso para o futuro dos dados sintéticos. A IA generativa não se resume à geração daquele e-mail especialmente delicado que você precisa mandar para seu fornecedor em atraso, ela gera informações que mimetizam dados reais, abrindo uma vasta gama de possibilidades para simulações e personalizações em escala. No entanto, essa fronteira entre o real e o simulado impõe sérios desafios éticos e de privacidade, arriscando o surgimento de uma espécie de Mito da Caverna digital. Como garantiremos que esses dados não sejam utilizados para manipulação ou desinformação, especialmente em experiências desenhadas para serem imersivas e emocionalmente envolventes? A responsabilidade na governança desses dados será vital para manter a confiança do público e a integridade das marcas.

O Gemini foi pelo mesmo caminho. São duas amostras da necessidade da curadoria humana para a criação de algo único.

Em última análise, por mais que a Inteligência Artificial evolua, o olhar crítico e a sensibilidade humana serão sempre o pilar da criação estratégica. Eventos e experiências são feitos para serem vividos por humanos, e somente um ser humano possui a empatia, a intuição e a bagagem cultural necessárias para decifrar o que realmente conecta, o que emociona e o que gera um senso de pertencimento duradouro. A IA pode prever padrões complexos e otimizar cada milissegundo de uma interação, mas ela não sente a alegria de uma plateia unida pela música, a conexão de um networking autêntico ou a emoção de uma narrativa bem contada. Ela não sonha nem tem a paixão que nos impulsiona a criar o extraordinário.

E para os profetas do apocalipse tecnológico: a IA não será o fim da humanidade. Uma rápida olhada no noticiário deixa claro que nós, humanos, somos perfeitamente capazes de dar conta dessa tarefa sem ajuda de nenhuma Matrix, Skynet ou HAL 9000. A IA é uma ferramenta poderosa em nossas mãos; o desafio e a oportunidade residem em usá-la com sabedoria, criatividade e um profundo senso de responsabilidade para construir um futuro de conexão e inclusão.

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