Saiba mais sobre o relançamento da HQ Wolverine & Destrutor – Fusão

Depois de 30 anos(!) sem dar as caras no nosso país, a HQ Wolverine & Destrutor – Fusão foi recentemente relançada pela Panini. Durante esse hiato, a publicação original da Editora Abril tornou-se um artigo raro para os leitores, digno de escavações arqueológicas em sebos. Não é para menos, afinal, a história representa um dos grandes momentos na sedimentação da popularidade do mais querido dos mutantes da Marvel.

Pode ser difícil de acreditar, mas houve um tempo em que uma minissérie ou edição especial estrelada pelo Wolverine era algo realmente… especial, principalmente no Brasil. Idos dos anos 1980, o mutante canadense não era o rockstar onipresente que conhecemos, mas apenas o baixinho invocado (lê-se “ultraviolento”) dos X-Men, dividindo o favoritismo dos fãs com Noturno, Colossus, Tempestade, Ciclope… Aliás, o título original da HQ é um bom exemplo do status dos personagens na época: Havok & Wolverine: Meltdown. Isso mesmo, “Destrutor” vem antes de “Wolverine”, algo impensável atualmente.

O enredo maduro e cinematográfico de Fusão trouxe aos leitores uma nova perspectiva do calejado anti-herói, servindo como um ponto de virada na trajetória de Logan, que o alçaria ao patamar de fenômeno pop a partir dos anos 1990.

Saudade de uma republicação, né, minha filha?

Fusão foi publicada originalmente em 1988, nos EUA, pelo selo Epic Marvel, dedicado a aventuras voltadas para um público adulto, apresentando os grandes heróis da Casa das Ideias, uma espécie de Marvel Max de época. No Brasil, a série saiu no ano seguinte, pela Abril, em formato americano e papel couché, fato tão raro em plena era do formatinho que rendeu à HQ a alcunha de “Minissérie de Luxo”.

Intriga internacional

A trama de Fusão é fruto das mentes brilhantes do casal Walt (Thor, X-Factor) e Louise Simonson (X-Factor, A Morte do Superman). Assim como inúmeros outros exemplares da cultura pop dos anos 1980, a HQ tem como pano de fundo a paranoia estadunidense durante a Guerra Fria, apesar de ter sido publicada aos 45 minutos do segundo tempo do “conflito”. A estrutura narrativa segue à risca a receita de um thriller de espionagem daquela época: campeões da liberdade precisam salvar o mundo livre de soviéticos megalomaníacos com pretensões nucleares e planos terríveis de criar um império global comunista ou dar início a um apocalipse atômico, o que vier primeiro. Isso tudo com direito a viagem a lugares exóticos e Bond girl.

Se você passar pela sequência inicial de 14 páginas explicando… com riqueza… excruciante… de detalhes que o acidente nuclear de Chernobyl não foi bem um acidente, vai se deparar com uma HQ adulta de verdade, que não faz a menor questão de ser explicadinha. Se o leitor não estiver por dentro dos acontecimentos envolvendo EUA vs União Soviética, Perestroika e/ou Glasnost, Mikhail Gorbachev e afins, não vai conseguir pegar os pormenores da trama.

Wolverine brabo ✓ Destrutor brilhando ✓

Não que isso impeça a diversão de acompanhar Destrutor em sua volta ao mundo para impedir os planos dos vilões russos – e  internos de um sanatório na Sibéria – General Fusão e Dr. Nêutron; enquanto Wolverine… Bom, ele vive aquela boa e velha história do Wolverine: amigo se mete numa enorme encrenca e lá vai o pobre Logan comer o pão que o diabo amassou para ajudá-lo.

Neste caso, está liberado comprar o livro pela capa

Wolverine & Destrutor: Fusão tem uma história excelente, mas nem precisava. Já valeria o investimento se viesse só com a arte.

Se levarmos em conta somente a premissa básica por trás das ilustrações (um artista responsável pela arte de cada personagem-título) Fusão já seria um quadrinho diferentão, mas a série vai muito além disso e nos presenteia com 208 páginas totalmente pintadas por John J. Muth (Graphic Album: Drácula, Moonshadow) e Kent Williams (Blood: Uma História de Sangue).

Uma arte dessa, bicho… Nem precisa de texto!

Os estilos diametralmente opostos dos artistas têm a brilhante função narrativa de denotar as disparidades de caráter, comportamento e visão de mundo dos personagens principais. Enquanto Muth nos mostra um Destrutor bonitão, com um visual claramente inspirado no eterno galã James Dean, cercado por cenários deslumbrantes e (sempre que possível) bem iluminados; o Wolverine de Williams é feio, desproporcional, quase caricato nos momentos em que aparece em seu uniforme, cercado por uma realidade suja e desorganizada. Tamanha diferença de uma página para a outra (às vezes, tudo isso acontece no mesmo painel!) poderia gerar um Frankenstein artístico, mas em Fusão a mistura funciona harmonicamente, sempre em favor da história a ser contada, criando algumas das imagens mais belas dos quadrinhos de super-heróis. Em resumo, cada página desta minissérie é uma obra de arte e merece ser apreciada.

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